Chegou o final de semana e já dá aquela vontade de subir na bike de downhill e descer montanha a baixo, sentir a sensação da adrenalina passando pelo corpo e desbravando novas trilhas.

Para quem já é praticante do Downhill sabe a emoção de encarar em alta velocidade os mais diversos obstáculos e irregularidades, não importando a distância, superando percursos técnicos e desafiadores.

Além de possuir agilidade e destreza com o corpo e usar equipamentos de segurança, é importante que a sua principal companheira esteja preparada para o desafio e não tenha problema em enfrentar todos os terrenos.

Possivelmente você vai conseguir fazer o mesmo trajeto com qualquer bicicleta disponível no mercado, isso é inegável. A grande diferença é descobrir se a sua bike vai aguentar o desafio ou se você conseguirá executar e ter o desempenho necessário para superar os obstáculos com o seu equipamento em bom estado.

Por isso, a bicicleta de downhill é diferente da mountain bike e requer muito além de um quadro, suspensão ou rodas convencionais. E você vai descobrir agora todos os detalhes deste universo a parte do ciclismo, que envolve uma dose extra de adrenalina e coragem.

Diferenciais da bike de Downhill para a Mountain Bike

Praticante de Downhill. Créditos: Unsplash

A bike Downhill tem características próprias e muito diferentes das bicicletas de MTB.

A verdade é que uma bike de Downhill consegue ser usada em qualquer tipo de terreno e atividade, o que as demais não podem fazer sem as condições ideais. Ou seja, é uma bike que encara qualquer desafio.

Atualmente, existem dois grandes universos de bicicleta, as que são feitas em alumínio e as de fibra de carbono. A primeira veio substituir as antigas bikes de ferro, foram empregados produtos mais resistentes e leves. A segunda, por sua vez, é uma bicicleta mais moderna, com mais tecnologias envolvida no seu desenvolvimento, super leve e resistente.

O grande diferencial entre uma e outra, além do peso, é o preço. Enquanto as de alumínio são mais acessíveis, as de carbono requerem um grau de investimento mais elevado, o que pode compensar para quem já está um grau acima de experiência e procura mais agilidade, torção ou desempenho.

Componentes e Marcas

Quadros

Existem quadros das mais diversas marcas, modelos, cores e formatos. Possivelmente é uma das características mais marcantes de uma bike de downhill, especialmente quando se compara a uma MTB, e que mais oferece opções de personalização e ajustes entre todos os produtos.

O quadro deste tipo de bike deve ser resistente para conseguir aguentar pulos, pedras e buracos ao longo do percurso, bem como ser reforçado, para encarar os impactos e vibrações, além de ser leve, para facilitar na condução.

Assim, se você considera iniciar neste esporte, convém buscar por um quadro com uma geometria que lhe seja favorável, levando em conta sua altura e perfil de pedalada.

Geralmente, os modelos iniciais apresentam uma suspensão frontal mais elevada, tendo o quadro uma certa inclinação para a parte traseira, o que facilita no equilíbrio e na descida, bem como para realizar as primeiras manobras e a fazer curvas mais rápido.

Como porta de entrada no DH, considere um quadro com suspensão frontal, vá encarar os primeiros desafios e aprender algumas técnicas, para só então comprar uma bike com full-suspension.

Pontos a serem observados no quadro, ainda, envolvem o diâmetro do cubo de direção e altura em relação ao guidão e suspensão, bem como o tamanho do cubo do pedivela, por onde passam os cabos das marchas e freios e os engates para freio a disco.

bike de Downhill: Créditos: Pexels

Suspensão

A maior parte das bike downhill são full-suspension quando se trata de maior desempenho. Ou seja, são bikes com suspensão dianteira e traseira, o que garante maior desenvoltura para superar os obstáculos e maior conforto para o ciclista, especialmente em razão da trepidação.

Existem várias características e formas de suspensão no mercado atualmente. Basta uma rápida pesquisa em sites no Brasil ou no exterior para ver alguns tipos.

Atualmente, existem 3 grandes grupos de suspensões dianteiras, desenvolvidas tanto para Downhill quanto para MTB. As mecânicas são as mais tradicionais e mais em conta, funcionando com sistema de molas; as hidráulicas, que funcionam com sistema de óleo; e as que funcionam a ar. São diversos elementos a serem considerados neste quesito, desde os milímetros de curso, eixo, tipo de eixo e tamanho de roda compatível.

Para quem quer mais conforto, existem suspensões dianteiras com a opção de trava no guidão também, o que auxilia caso esteja pedalando em um terreno mais compacto e queira passar para um mais desafiador sem precisar mexer diretamente no garfo da suspensão.

O amortecedor traseiro, por sua vez, é um componente que vai variar conforme o quadro escolhido, e também apresenta características próprias conforme o modelo, a saber, o tamanho do curso e forma de funcionamento.

Os novos e mais modernos quadros destas bikes de montanha geralmente já são projetados com suspensão traseira de pivô alto e polia intermediária, aumentando a tração, carregando mais velocidade e reduzindo o recuo do pedal para maior estabilidade da pedalada, garantindo desempenho tanto em baixa quanto em alta velocidade.

Leia também os nossos artigos sobre Suspensão RockShox e Suspensão Manitou.

Freios

Freio a disco de uma mountain bike, em close

Não apenas ter um excelente sistema de frenagem, mas também revisar frequentemente os freios de uma bike de downhill é muito importante.

Certamente os freios foram um dos componentes que mais evoluíram no ciclismo. Desde a época do tambor até os modernos freios a disco, muita tecnologia foi empregada para chegar no estágio atual.

Para a bike de downhill, leve em consideração ter, pelo menos, um freio a disco mecânico, pois são a porta de entrada e que realmente farão a diferença, se comparado aos antigos v-brakes. Ainda que mais acessíveis, os v-brakes não vão dar conta do recado nem oferecerão precisão na frenagem, além das chances de se desregularem com o uso extremo durante a trilha são grandes.

Se possível, já comece diretamente com freios a disco hidráulicos. Ainda que sejam mais caros, vão garantir maior segurança, além de não precisar usar muita força no seu acionamento. Estes freios são fabricados com poderosos pistões acionados a óleo, que são friccionados no disco a partir de pastilhas de freio, basicamente o mesmo funcionamento de uma motocicleta.

Também existem diversos modelos no mercado. Atente-se ao material usado na sua fabricação e a quantidade de pistões usados na confecção. Geralmente é apenas 1, mas os mais modernos já têm 2 pistões.

Quanto aos discos de freios, quanto maiores e mais ventilados, maior a garantia de frenagem por longo período, sem desgaste do material e comprometimento de desempenho.

Pneus

Pneu sem câmara de ar - Créditos: Canva

Os pneus precisam ser adequados para enfrentar qualquer terreno e ter travas adequadas ao perfil técnico da pista ou trilha.

De modo geral, os pneus são desenvolvidos para todo tipo de terreno e funcionam bem. Por outro lado, caso você queira especializar ainda mais esta parte, pode procurar pneus mais adequados para montanhas rochosas ou arenosas, a depender do seu desafio.

A largura dos pneus é importante também. Atualmente usam-se pneus mais largos, geralmente dos 2.35 a 2.50, com cravos. Pneus mais largos e com travas garantem mais aderência e resistência.

Além de ser importante verificar a composição dos pneus, havendo alguns com malhas de aço na sua fabricação, outro ponto a ser levado em consideração é a instalação de uma fita anti-furo por dentro do aro.

A manutenção dos pneus é um ponto importante também e garante o sucesso da pedalada, pois pneus muito desgastados ou do tipo slick não vão garantir controle adequado da bike de downhill.

Confira também o nosso artigo sobre Pneu Tubeless.

Vestuário

Praticante de Downhill. Créditos: Pexels

A roupa do praticante de Downhill é diferente do ciclista tradicional, pois envolve o uso de capacetes fechados, óculos, roupas compridas, luvas e protetores cervicais e de tronco.

Em muito se assemelha aos motociclistas de trilhas, pois a proteção neste tipo de esporte é tão fundamental quanto a bike usada.

Investir em capacetes confortáveis e adequados ao tamanho e circunferência da cabeça é essencial, além do uso de luvas que garantam uma boa pegada nas manoplas é primordial para manter o controle e estabilidade da bicicleta.

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