As marchas de bicicleta não precisam ser um mistério em sua rotina! Saber como usá-las faz toda a diferença no cotidiano, facilitando nas subidas que exigem mais desempenho físico.
Se você não sabe como passar as marchas corretamente e isso está arruinando sua performance, nós vamos te explicar!
É completamente possível aprender a usar as marchas de bicicleta, de forma prática e eficiente.
Entenda como usar essa vantagem para lidar melhor com as ladeiras e evitar que os percursos de bike sejam extremamente cansativos.
Por que usar marchas na bicicleta?
Muitas pessoas possuem bicicletas sem marchas, que são mais acessíveis do ponto de vista financeiro, exigem menos manutenção e são mais benéficas para passeios despretensiosos, que exigem menos do ciclista.
Mas uma parcela relevante de ciclistas gostam de desafios, onde exigem mais intensidade nas pedaladas, percorrendo trajetos com longas distâncias que nem todos conseguem encarar. Para estes, utilizar uma bicicleta com marchas faz toda a diferença.
E as marchas servem não somente àqueles de que estejam atrás de desafios, mas que por exemplo precisam encarar trajetos com subidas até o trabalho. Uma bicicleta com marchas vai facilitar muito a locomoção de um lugar até o outro.
Como as marchas funcionam
Para movimentar uma bicicleta, tudo se inicia pela pedivela, que é como uma manivela, só que para o pé. A pedivela, que fica presa a uma engrenagem (coroa), passa o movimento para a corrente e, posteriormente, a outra engrenagem presa a roda (catraca ou cassete), que faz a bike se locomover.
A coroa e o cassete possuem engrenagens de diferentes tamanhos, que influenciam se a corrente vai girar mais ou menos. Ou seja, dependendo do tamanho das engrenagens na qual a corrente está encaixada, a roda vai girar mais ou menos e, consequentemente, gerar mais ou menos velocidade. Além da rotação, a posição da corrente também influencia na força necessária para fazer a pedivela rodar.
Cada variação de posição que a corrente pode ter entre a coroa e o cassete é uma marcha. Portanto, mudar de marcha é simplesmente trocar a posição da corrente de uma engrenagem para outra. Essa mudança de marcha se inicia pelos passadores ou trocadores, que são alavancas posicionadas no guidão, que acionam o câmbio, que muda a corrente de posição.
Como usar o sistema de marchas
É importante perceber que cada bike tem seu próprio tipo de passador de marchas. No entanto, é necessário entender a dinâmica de uso. Algumas bikes possuem passadores por alavanca, giro ou botão, mas todas elas tendem a oferecer o mesmo resultado.
Ao usar uma marcha mais pesada estando em local plano, é possível perceber o pedal mais pesado para girar, exigindo que seja necessário fazer mais força para pedalar.
Já quando desce as marchas, o acionamento do pedal fica mais leve. Mas se você mantiver a mesmo velocidade de giro do pedal ao trocar para marcha mais leve, a bike ficará mais lenta.
Uma regra importantíssima é que só mude as marchas quando estiver pedalando ativamente, tendo em vista que a maior parte dos sistemas atuais exigem que a corrente esteja em movimento para que a mudança de marcha ocorra. Portanto, nos modelos atuais não é indicado trocar a marcha com a bike parada.
Qual marcha de bicicleta usar em cada situação?
Tem pouca experiência com o passador? Então saiba que você efetivamente pode passar a marcha quando quiser ou quando for necessário.
Algumas dicas podem fazer toda a diferença para que você compreenda mais sobre a passagem de marcha e consiga tomar boas decisões, evitando danos em sua bike e garantindo conforto de uso. Confira!
1. Está confortável? Não mude a marcha
Se você está se sentindo confortável com a pedalada, não se preocupe com mudanças. Somente se estiver fazendo muita força, desça uma ou mais marchas.
E se estiver girando os pedais muito rápido sem andar tão rápido assim com a bike, suba uma ou mais marchas para ajustar o ritmo. Caso esteja se sentindo bem, apenas mantenha a marcha atual e se divirta com o passeio.
2. Não é preciso saber em qual marcha você está
É comum que alguns passadores de marchas mostrem qual é a marcha na qual está pedalando. Mas a informação não é relevante em sua pedalada.
O mais importante é meramente se sentir confortável com o ritmo que está mantendo. Somente mude se achar necessário.
Caso esteja se sentindo bem, não é preciso vigiar em qual marcha está. Esse processo de ficar acompanhando apenas irá roubar sua atenção. Aproveite despreocupado para curtir o passeio.
3. Experimente para se acostumar
O segredo de mudança da marchas é que ela deve ser trocada sempre que a velocidade mudar. Inicie o processo com uma marcha leve quando estiver parado.
Em seguida, suba a marcha conforme a velocidade aumenta e desça a marcha conforme a velocidade vai caindo.
Dessa forma, você consegue evitar retomar o pedal com uma marcha muito pesada caso precise parar. Sempre planeje eventuais paradas para uma troca inteligente enquanto está pedalando, tendo em vista que as marchas só podem ser trocadas com a sua bicicleta em movimento.
Portanto, o planejamento durante o pedal, observando o cenário no qual está, irá evitar que faça esforço desnecessário.
4. Qual é a marcha ideal para subidas?
Um destaque importante na passagem de marchas é que muitos ciclistas sentem dúvidas em relação aos percursos de subida.
O segredo na subida é que vá diminuindo as marchas conforme for necessário, para minimizar a força que terá de fazer durante a subida.
Outro ponto importantíssimo sobre ladeiras é que as mudanças costumam ser rápidas, para que a marcha fique o mais confortável possível. Tudo irá depender da inclinação e duração da subida.
Quando as trocas são gradativas e bem planejadas, é natural que a subida seja mais fácil e a mudança seja positiva para impulsionar a sua subida com total eficiência. Dessa forma, evitará perder o ritmo e ter dificuldade de continuar girando os pedais por causa da intensidade necessária para subir.
5. Cuidados na hora de combinar o câmbio dianteiro com o câmbio traseiro
Na hora de combinar o câmbio dianteiro com o câmbio traseiro, evite cruzar a corrente. Isto é, não engate a coroa menor com a catraca menor ou a coroa maior com a catraca maior. Assim, você estará evitando maior desgaste de todo o sistema de câmbios, não deixando a corrente numa posição desalinhada.
É importante aprender a realizar bem as combinações, para que possa usar sistema de câmbios com eficiência. Ir testando a relação de marchas da bicicleta é a melhor maneira de entender quais são os tipos de combinações ideais para cada trecho.
Passadores
Existem diferentes modelos de passadores disponíveis no mercado. Entender como eles funcionam é fundamental para que não cometa erros.
Passador de punho
O modelo funciona de forma muito parecida com o acelerador de motos e costumam estar presentes em bikes de aluguel.
Já no caso de bicicletas com muitas marchas, pode haver um passador de punho de cada lado do guidão.
Passador com duas alavancas
Nesse caso, o habitual é que na direita a alavanca deixe as marchas mais leves. Na esquerda a marcha fica mais pesada, mas também conta com gatilho para aliviar a intensidade.
Passador com uma alavanca
Outro modelo disponível é o passador com uma alavanca que possibilita empurrar para trocar as marchas. Para frente ficará mais leve e se puxar com o indicador ficará mais pesado.
Bicicleta com marcha requer mais manutenção?
Muitas pessoas ainda evitam usar bicicletas com marchas por causa do custo de manutenção.
Muito embora as bikes comuns sejam uma opção mais em conta, para quem realmente a usa intensamente no dia a dia vale a pena comprar um modelo com marchas, de modo que os passadores ajudem no dia a dia a ter uma pedalada mais prazerosa e que exige menos do corpo.
A relação entre existência de marcha e danos à corrente, coroa, cassete, entre outros componentes, na realidade depende de usar bem as dicas que ensinamos para preservar a sua bicicleta. Utilizando corretamente, conseguirá aproveitar mais a bicicleta no dia a dia e, fazendo a manutenção preventivamente, evita que ocorram danos desnecessários.
Trocar as marchas corretamente preservam as bicicletas
É importante ressaltar que, sem dúvidas, o uso correto da troca de marchas preservam as bikes e evitam excesso de manutenções.
Para tal, elencamos algumas dicas práticas que vão fazer diferença na forma como você usa a sua magrela. Confira:
- Nas subidas muito íngremes vale a pena trocar a velocidade logo no início para evitar forçar o sistema durante a subida;
- Evite ficar em pé pedalando por muito tempo. O peso imposto força o câmbio, corrente e pedivela;
- Empina a bicicleta? Então não o faça trocando as marchas, para evitar que a pressão vá para o câmbio traseiro, danificando todo o sistema.
Marchas escapando: o que fazer?
É importante perceber que as marchas podem escapar por diferentes fatores, como:
- Desregulação da peça que faz a passagem das marchas;
- Corrente frouxa;
- Necessidade de trocar a corrente e as catraca que estão desgastadas (em alguns casos é preciso trocar a coroa também).
Perceba que, com o uso constante, há o desgaste em todo o conjunto de peça. Portanto, é necessário observar a situação da corrente, a qualidade das peças que está incluindo em sua bike, escolhendo uma boa marca para que as manutenções não se tornem frequentes.
Ao perceber sinais de que precisa fazer uma manutenção, não adie! Manter os cuidados de acordo com a necessidade, possibilita que as peças desgastadas sejam rapidamente substituídas e, com isso, não diminuam a vida útil de peças que estavam boas, mas acabaram sendo forçadas pela falta de manutenção no tempo correto.
Não existe idade certa para aprender
Não tenha vergonha de aprender por achar que já passou da idade. Saiba que não há momento certo para aprender a utilizar marcha da bicicleta ou até andar de bicicleta! Nunca é tarde para se apaixonar pelo ciclismo ou simplesmente utilizar a bicicleta para passeios.
O mais importante é aproveitar o processo e aprender da forma correta. E foi para isso que preparamos este material. Espero que tenha aproveitado e que pedale muito daqui em diante!
Agora que já sabe como utilizar as marchas, conheça mais sobre os grupos de transmissão das duas principais marcas: grupo Shimano e grupo SRAM.