A história da evolução da bicicleta é fascinante, cheia de fatos controversos, equipamentos engenhosos e, é claro, inventores geniais. Se você ama pedalar, irá se deliciar em saber mais sobre o desenvolvimento do ciclismo ao longo dos séculos.
Viaje no tempo com a gente e descubra como as bicicletas evoluíram ao longo dos anos:
1490: A suposta bicicleta de Leonardo da Vinci
Muita gente pensa que o primeiro protótipo da bicicleta foi criado por nada menos que o gênio Leonardo da Vinci. O desenho do inventor, datado de 1490 e “descoberto” por monges apenas em 1966, traz as bases das bicicletas que só seriam desenvolvidas séculos depois.
No entanto, já foi provado que o desenho creditado a Da Vinci, na verdade, era falso. Foi o próprio monge que desenhou a engenhoca, o que não diminui em nada os méritos do gênio renascentista.
1790: O polêmico celerífero
Outro tema controverso da evolução da bicicleta é o chamado celerífero – um veículo rudimentar de madeira sob duas rodas que teria sido inventado pelo francês Conde de Sivrac, em 1790.
Durante muito tempo, os franceses se orgulharam de terem sidos os precursores da bicicleta, mas um historiador descobriu, em 1977, que o Conde de Sivrac nunca existiu e que o celerífero, que de fato existiu, era bem diferente do propagado.
Tal veículo era puxado por cavalos, sendo considerado uma espécie de evolução da carruagem.
1817: A primeira bicicleta rudimentar
Provavelmente, você já viu alguma foto de uma bicicleta sem sistemas de transmissão e freios, empurrada com a força dos pés. Esse meio de transporte é a famosa draisiana, inventada pelo barão alemão Karl von Drais, que a batizou oficialmente de Laufmaschine (“máquina andante”).
Tal veículo era muito mais um facilitador do deslocamento a pé do que uma bicicleta propriamente dita, mas sua estrutura foi uma grande inovação para a época. Ela foi a base da primeira bicicleta moderna, que manteve a base da draisiana e sofisticou a invenção.
1839: A primeira bicicleta pedalável
A resposta para quem foi o inventor da bicicleta é bastante discutível, mas provavelmente o melhor nome seria o de Kirkpatrick Macmillan, um escocês que projetou a primeira bicicleta a pedal, em 1839.
Esse invento era de madeira, com aros de ferro, e contava com corrente de transmissão para a roda traseira, que era maior em relação à dianteira. No entanto, a bicicleta de Macmillan não possuía freios.
Um fato curioso é que um jornal de Glasgow, cidade escocesa, relatou, em 1842, um atropelamento de um pedestre por um “velocípede de design engenhoso”. O “ciclista” seria o próprio Macmillan, que acabou sendo multado em cinco xelins britânicos.
1864: A primeira fábrica de bicicletas
Outro grande marco da evolução da bicicleta foi a companhia francesa Michaux et Cie, dirigida por Pierre Michaux e seu irmão. Fundada em 1864, a empresa foi fundamental para a disseminação das bicicletas, ainda chamadas de velocípede, pela Europa.
Os equipamentos de Michaux foram um dos primeiros em que as rodas possuíam o mesmo tamanho, padrão que acabou se tornando dominante. A fábrica também deu grande impulsionamento ao uso dos pedais na bicicleta.
Final do século XIX: um boom na evolução das bicicletas
Diversas iniciativas das últimas décadas dos anos 1800 foram fundamentais para que as bicicletas se popularizassem pelo mundo e chegassem a um formato muito semelhante ao que existe até hoje.
Em 1890, surgiram as bicicletas Rover Safety, desenvolvidas pelo empresário britânico John Kemp Starley. Pela imagem acima, de um modelo original de 1885, você pode observar que essa bicicleta é a base dos modelos atuais, possuindo corrente, pedais, pedivela, garfo, entre outros componentes.
Outro grande salto foram os pneus infláveis, que surgiram poucos anos depois. Foi John Boyd Dunlop, em 1890, quem desenvolveu e patenteou os primeiros pneus infláveis de bicicleta, substituindo os pneus sólidos de borracha que dominavam até então.
Em 1896, o ciclismo chegou ao patamar de esporte olímpico. Nas Olimpíadas de Atenas, o esporte fez parte das 9 modalidades em disputa, contando com provas de pista e uma maratona de 87 km. Das 6 provas, 4 foram vencidas por atletas franceses.
Veja também: O que É Ciclismo? Conheça Mais Sobre O Esporte E A Sua História!
Evolução da bicicleta no século XX
Na história das bicicletas, o século XX foi a época que moldou a forma como o ciclismo é conhecido hoje em dia. Surgiram diversas tecnologias, componentes, fabricantes, tipos de bike, etc, fazendo com que esse meio de transporte ganhasse o gosto popular no mundo todo.
Entre os grandes marcos da evolução das bicicletas, destacamos:
Surgimento das mountain bikes
Na intenção de adaptar as bicicletas para encarar terrenos montanhosos, o americano James Finley Scott, em 1953, modificou sua bike: deixou os pneus mais largos e robustos, acrescentou marchas extras, entre outras adaptações.
Esse foi o marco do aparecimento das mountain bikes, que começaram a ser produzidas em série na década de 80.
Surgimento do BMX
A história mais difundida sobre o bikecross, ou BMX, é que esse tipo de modalidade surgiu nos anos 60, na Califórnia, quando jovens começaram a imitar os movimentos do motocross em suas bicicletas.
No entanto, há documentos que demonstram que competições organizadas de BMX já eram realizadas em 1958, em Amersfoort, nos Países Baixos. Mas foi apenas nos anos 70 que as bicicletas manobráveis para BMX chegaram ao mercado.
Fibra de carbono
Outro grande marco da evolução das bikes foi a fibra de carbono, que começou a ser usado na estrutura de bikes na década de 70, mas se popularizaram a partir dos anos 80 e 90.
A fibra de carbono é um material ideal para oferecer, ao mesmo tempo, alta resistência, rigidez e leveza às bicicletas, sendo fundamental para o aprimoramento do ciclismo.
O futuro das bicicletas
De equipamentos rudimentares, sem pedais e nem freios, as bicicletas evoluíram para se tornarem extremamente eficientes, rápidas, leves, seguras e adaptáveis para diversas situações.
Mas a verdade é que a evolução das bikes continua ocorrendo, com novas tecnologias se tornando cada vez mais populares. Hoje em dia, o mercado já oferece modelos elétricos, com rastreadores, pneus tubeless, troca de marchas eletrônicas, entre outras inovações.
Agora, a grande novidade são as smart bikes – bicicletas inteligentes, integradas com plataformas digitais. Com sensores e inteligência artificial, esses equipamentos auxiliam o ciclista para o pedal ser ainda mais ágil, eficiente e seguro.
O que virá no futuro ninguém sabe, mas o fato é que as bicicletas continuarão sendo amadas por todos e progredindo para se tornarem cada vez melhores.